O major da Polícia Militar, André
Luíz Fernandes da Fonseca, será investigado após o surgimento de denúncias que
o apontaram como autor de um homicídio praticado na zona Norte de Natal,
durante a madrugada da quinta-feira passada. O Comando-geral da PM o afastou da
1ª Companhia Independente, em Macau, enquanto ocorrem as investigações.
Procedimentos já foram instaurados na Corregedoria e o comandante-geral da PM,
coronel Francisco Araújo, solicitou que as denúncias fossem também apuradas
pela Corregedoria-geral da Secretaria de Segurança e pelo MPE.
Adriano Abreu
Major Fernandes rebateu as
acusações e disse que estava trabalhando em Macau na hora do crime
O ex-presidiário Leonardo de
Souza, 25 anos, foi executado com disparos de espingarda calibre 12 dentro da
sua residência, no bairro de Nossa Senhora da Apresentação. O homem, que já
cumpriu cerca de dois anos de prisão em virtude de condenação por tráfico de
drogas, vinha relatando ameaças e ataques sofridos. Leonardo havia sofrido dois
atentados, oportunidade nas quais foram mortos o seu cunhado e uma amiga.
Mostrando marcas de tiros pelo corpo, a vítima fatal havia concedido
anteriormente entrevista ao programa Patrulha Policial, da TV Ponta Negra, e
disse estar sendo perseguido por policiais.
Após o homicídio da quinta-feira
passada, a mulher da vítima, testemunha do crime, voltou a reafirmar as
denúncias contra policiais. Ao Patrulha Policial, a mulher relatou que homens
encapuzados com fardas da Polícia Militar invadiram a casa onde o casal morava
durante a madrugada dizendo que estavam apurando denúncias de que ali ocorria
tráfico de drogas. "Entraram dizendo que estávamos traficando drogas ali.
Pediram para eu trocar de roupa e quando voltei, pediram para eu me afastar.
Depois, dispararam duas vezes contra o meu marido, acertando ele na barriga",
disse.
Leonardo morreu no local. A
mulher denunciou os supostos autores do crime: "Foi o major Fernandes e o
outros não deu para ver porque estavam encapuzados. Achava que isso não ia
acontecer porque pensava que não sabiam onde a gente moravam, mas eles
descobriram. Foi na minha frente. Quero Justiça. O meu marido não fazia nada de
errado", afirmou a mulher. O coronel Araújo concedeu entrevista à TN
durante a manhã de ontem e esclareceu o posicionamento da Corporação. De acordo
com o comandante, o major já foi ouvido em termos de declaração e apresentou
documentos de testemunhas que confirmam que o oficial sequer estava em Natal no
momento do crime. O coronel reforçou o pedido realizado ao MP, como
fiscalizador da atividade policial, para que investigasse o caso. De acordo com
informações do comandante, o major se apresentará à Corregedoria da Secretaria
de Segurança.
Major pedirá habeas corpus
preventivo
Há 19 anos na Polícia Militar, o
major Fernandes rebateu as acusações da mulher da vítima, as quais considerou
infundadas. "Quem fala por mim são quase três mil testemunhas. Estive em
convenções e coordenando a segurança em festejos na região de Macau na hora do
crime. Não poderia estar em Natal na hora do crime", disse à TRIBUNA DO NORTE
ontem à tarde. O seu advogado, Augusto Saraiva, disse que entrará com pedido de
habeas corpus preventivo. "A mulher será ouvida pelo Ministério Público na
próxima semana e estamos nos precavendo caso o MP queira pedir a prisão do
major baseado no que ela disser", informou Saraiva.
O advogado contestou as
informações apresentadas pela imprensa e disse estar acontecendo um
pré-julgamento dos fatos. "O que foi apresentado não é verdade. Não houve
investigação para que as pessoas saiam falando que isso ocorreu ou não. Já há
um prejuízo muito grande ao meu cliente pelas informações veiculadas",
afirmou.
O major Fernandes atribuiu as
acusações ao trabalho realizado de combate ao tráfico de drogas. "Dois
irmãos do Leonardo foram presos por mim em Ceará-Mirim. Nunca tive nenhum
problema com ele e, inclusive, não o vejo desde 2008". O oficial comandou
o policiamento em Ceará-Mirim, antes de ser transferido para Macau. "Não
tenho nada a esconder. A decisão de me afastar ocorreu para preservar a
instituição da PM. Mas estou à disposição para qualquer esclarecimento
necessário", declarou o oficial.
DO BLOG GTO ASSÚ: Os Policiais Militares do 10º BPM se solidariza com o
Major Fernandes, somos testemunhas da sua honestidade e honradez com o
serviço policial. Não podemos permitir que nenhum nome de Policial Militar seja
jogado na lama por acusações de um traficante, que se dizia “ameaçado” pela
Polícia sem apresenatar provas nenhuma. Sorte e força ao Comandante da CIPM de Macau, tudo será esclarecido e
os acusadores terão que arcar com as consequências.