Soldados que mataram Osama Bin Laden passam por treinamento extremo. Dois em cada três tocam o sino e “pedem para sair”
Rafael Pereira
Uma tropa de felizardos realizou o sonho de quase todo militar americano nos últimos dez anos: Teve a chance de manter na mira da arma o homem mais odiado dos Estados Unidos. Osama Bin Laden, apontado como o mentor dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, foi procurado em cavernas do Afeganistão por dez anos e efetivamente encontrado em uma mansão no Paquistão, país vizinho, no domingo passado. Os soldados não desperdiçaram a oportunidade. Encontraram o inimigo desarmado e dispararam tiros no peito e na cabeça. Segundo um alto funcionário do governo americano ouvido pelo jornal inglês The Telegraph, foi “uma intervenção cirúrgica, levada a cabo por um pequeno grupo treinado para evitar danos colaterais”.
A honra de dar cabo do inimigo número um do país foi concedida a uma equipe chamada SEAL Team 6, da Marinha americana. Os SEALs são super-soldados, treinados por dois anos além do normal para fuzileiros navais e mantidos pelo governo com um orçamento de US$ 1 bilhão por ano. No treinamento, disparam 3 mil tiros por semana, mais do que os colegas de Forças Armadas disparam em um ano inteiro. O nome é uma corruptela dos atributos especiais da tropa: São capazes de realizar operações no mar (“sea”, em inglês), no ar (“air”) e na terra (“land”). Estima-se que existam hoje 2,5 mil soldados SEAL em atividade.
O SEAL Team 6 é um grupo dentro dos SEALs escolhido pela Marinha para realizar as missões mais difíceis, normalmente em parceria com a CIA, a agência de inteligência do governo americano. Oficialmente, o grupo sequer existe. Um dos antigos membros do Team 6, o atirador de elite Howard Wasdin, escreveu um livro sobre seus tempos de combatente, a ser lançado na semana que vem. A primeira frase do livro explica em poucas palavras a importância da tropa: “Quando a Marinha americana precisa de seus melhores homens, envia os SEALs. Quando os SEALs precisam de seus melhores homens, enviam o SEAL Team 6”, escreveu Wasdin.
A honra de dar cabo do inimigo número um do país foi concedida a uma equipe chamada SEAL Team 6, da Marinha americana. Os SEALs são super-soldados, treinados por dois anos além do normal para fuzileiros navais e mantidos pelo governo com um orçamento de US$ 1 bilhão por ano. No treinamento, disparam 3 mil tiros por semana, mais do que os colegas de Forças Armadas disparam em um ano inteiro. O nome é uma corruptela dos atributos especiais da tropa: São capazes de realizar operações no mar (“sea”, em inglês), no ar (“air”) e na terra (“land”). Estima-se que existam hoje 2,5 mil soldados SEAL em atividade.
O SEAL Team 6 é um grupo dentro dos SEALs escolhido pela Marinha para realizar as missões mais difíceis, normalmente em parceria com a CIA, a agência de inteligência do governo americano. Oficialmente, o grupo sequer existe. Um dos antigos membros do Team 6, o atirador de elite Howard Wasdin, escreveu um livro sobre seus tempos de combatente, a ser lançado na semana que vem. A primeira frase do livro explica em poucas palavras a importância da tropa: “Quando a Marinha americana precisa de seus melhores homens, envia os SEALs. Quando os SEALs precisam de seus melhores homens, enviam o SEAL Team 6”, escreveu Wasdin.
HELL WEEK Nos últimos cinco dias de treinamento, conhecidos como "Semana Infernal", os postulantes a SEAL passam por uma simulação de guerra, com exercícios físicos extenuantes, tiros e explosões.
O treinamento dessa equipe é semelhante à formação das principais tropas de elite no mundo. O exemplo brasileiro mais próximo é o do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio, o Bope, consagrado no filme Tropa de Elite. A diferença é que o regime imposto aos soldados SEAL é muito mais longo e extenuante. Segundo o site da revista americana Newsweek, os últimos cinco dias de treinamento são conhecidos como “Hell Week” (“Semana Infernal”, em tradução livre), com simulação de um ambiente de guerra. Os soldados são submetidos a rigorosos testes físicos em meio a tiros e explosões. Assim como acontece no treinamento do Bope, no Rio, quem não resiste à provação pode tocar uma sineta e desistir. Ainda segundo a Newsweek, dois em cada três soldados “pedem para sair”.
A primeira missão dos SEALs foi na Segunda Guerra. Tinham a função de mergulhadores em áreas de combate como praias européias dominadas por tropas nazistas. Atuaram também no Vietnam, quando o nome “SEAL” ficou consagrado, mas só receberam a atual função – soldados focados em contraterrorismo – depois da Crise dos Reféns, em 1979, quando 66 diplomatas e cidadãos americanos foram feitos reféns por 14 meses na embaixada dos Estados Unidos em Teerã, capital do Irã. O então presidente americano Jimmy Carter ordenou uma operação de resgate que acabou com oito soldados americanos mortos e nenhum objetivo cumprido. A tragédia mostrou a necessidade de uma tropa “invisível” especializada em ações pontuais fora do país.
Os que hoje se formam super-soldados são tragados pela clandestinidade estatal. Nenhum dos assassinos de Bin Laden precisou carimbar passaportes para entrar no Paquistão. O país, aliás, sequer foi avisado da ação. Os novos heróis americanos não têm nome, identidade ou número de seguro social rastreáveis, e talvez sigam desconhecidos, por segurança.
O assassinato de Bin Laden foi a maior façanha pública já realizada pelo SEAL Team 6, e serviu para recuperar a imagem da tropa. No ano passado, os super-soldados tentaram resgatar a britânica Linda Norgrove, sequestrada por terroristas talebãs no Afeganistão. Uma granada lançada pelo Team 6 durante a operação acabou matando Linda. A tragédia tende a ser sumariamente esquecida pela opinião pública americana, agora livre de seu inimigo número um.
Fonte: Revista Época
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