sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Por reajuste, PMs ameaçam greve branca

A campanha de valorização dos Policiais Militares, que está reunindo as Associações de Soldados, Cabos, Sargentos e Subtenentes, além dos Bombeiros, deve tomar um novo rumo a partir de hoje, após novo encontro com a equipe econômica do Governo do Estado. Se não houver uma proposta satisfatória aos interesses da categoria, os policiais deverão endurecer e expor as deficiências da corporação recusando-se a utilizar as próprias armas, coletes e munições. A reunião entre policiais e governo será às 9h, no prédio da Consultoria Geral Estado, no Centro Administrativo. Mesmo sem fazer greve, se isso vier a se concretizar, os policiais alertam à população que podem não ir às ruas trabalhar porque não haverá equipamentos necessários às diligências. 

Segundo o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da PM, Jeoás Nascimento, a maior parte das munições da PM está vencida, porque não há recursos para compra. A mesma situação ocorre com as armas e com o colete, bem como com as próprias viaturas, muitas das quais transitam irregularmente. Para se ter uma ideia da fragilidade da Polícia Militar com relação a material e equipamentos, existem apenas 600 coletes para um efetivo de 10 mil policiais e muitas viaturas não estão rodando sem condições, com faróis queimados, pneus carecas e até com problemas na documentação."É o policial quem compra a munição, a arma e o próprio colete. Mas agora vamos mostrar a realidade a que estão submetidos os profissionais de segurança pública e o policial será orientado a deixar em casa e utilizar o material da corporação, o que poderá inviabilizar sua ida às ruas porque não somos obrigados a trabalhar sem proteção", argumenta o cabo. Desde 10 de junho, os policiais estão em processo de negociação do piso salarial com o Governo do Estado. Nesse período foram feitas cinco reuniões com a equipe econômica do Governo, mas até o momento, segundo o presidente da Associação dos Sargentos e Subtenentes, Eliabe Marques, nenhuma proposta razoável foi apresentada. "Pelo contrário, a última proposta que nos fizeram conseguiu ser inferior à primeira, contradizendo todo o discurso de que não negocia com categoria em greve. Os policiais não paralisaram e por que não está havendo negociação por parte do Governo do Estado?", questiona ele. 


Fonte: Diário de Natal 

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