Começou nesta segunda-feira (8) o julgamento dos acusados
pela morte de 111 detentos na Casa de Detenção do Carandiru. O júri popular teve
início às 9h, no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. O juiz
designado para o caso é José Augusto Nardy Marzagão, da Vara do Júri de
Santana.
Sérgio Castro/AE
O presídio Carandiru, hoje desativado, foi palco da morte de
111 detentos em 1992, na capital paulista
Devido ao grande número de réus envolvidos, o julgamento será
feito em etapas. A previsão é que a primeira, quando serão julgados 26 réus,
dure entre uma e duas semanas. A esses policiais são imputadas 15 acusações de
homicídio qualificado. No total, 79 policiais militares devem ser julgados.
O maior massacre do sistema penitenciário brasileiro ocorreu
no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos e 87 ficaram
feridos durante invasão policial para reprimir uma rebelião no Pavilhão 9 do
Presídio do Carandiru (como ficou conhecida a Casa de Detenção), na capital
paulista, já desativado. Três prédios do complexo foram demolidos para
construção de um parque e os outros vão abrigar centros educacionais.
Os réus que vão ser julgados são os policiais militares que
entraram no segundo pavimento do presídio, onde morreram 15 detentos. O
julgamento dos demais réus ainda não está marcado, mas espera-se que ainda
haverá mais cinco ou seis blocos de julgamento. A expectativa é que novos
julgamentos sejam marcados a cada três meses.
O processo é um dos maiores da Justiça de São Paulo, com 57
volumes de autos principais e mais de 90 apensos, além dos documentos de autos
desmembrados, perfazendo um total de mais de 50 mil páginas.
Fonte: Tribuna do Norte
Tem muitos presídios Brasil afora que merecia acontecer o que aconteceu no Carandiru, só assim a marginalidade ia ter respeito pela Polícia e pela Justiça.
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