sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Presos integrandes que participaram de atentado

A polícia começou a dar indícios de resistência contra a ação de bandidos no interior do Estado. Ontem, dois deles foram presos suspeitos de participarem do atentado contra o destacamento da Polícia Militar em São Miguel do Gostoso, a 110 quilômetros de Natal. As diligências continuam na tentativa de alcançar os chefes da quadrilha, cujas identidades já são conhecidas. A polícia trabalha com a linha de investigação de que o bando tentaria imobilizar os Pms para logo depois investir contra os caixas eletrônicos da  cidade.
adriano abreuFranciélio de Assis Silva e Shênia da Silva Costa foram presosFranciélio de Assis Silva e Shênia da Silva Costa foram presos
Os tenentes-coronéis da Polícia Militar Marcos Moreira e Josivan, que coordenaram as primeiras buscas atrás do bando, contam como se deu a ocorrência. “Eram 23h de ontem [quarta-feira], quando dois veículos chegaram na frente do destacamento, renderam um soldado e tomaram sua arma. Eles não esperavam respostas de outros dois Pms do local e acabaram desistindo da ação”, conta o tenente-coronel Moreira.

No destacamento haviam, ao todo, três policiais militares. De acordo com vizinhos do local, apenas um soldado foi rendido porque os demais estavam trancados por fora. “O soldado saiu e fechou o cadeado pelo lado de fora. Sozinho, ele foi surpreendido e acabou sofrendo coronhadas na cabeça. Os Pms, de dentro do destacamento, perceberam o que estava acontecendo e dispararam contra a quadrilha”, relata um dos vizinhos, cuja identidade será preservada.

Ainda de acordo com populares, os homens estavam armados com pistolas e espingardas calibre 12 e toda a ação na rua dos Tubarões não durou mais que cinco minutos. “Com os disparos, eles resolveram fugir e desistiam do que iam fazer na cidade”, afirma o tenente-coronel da PM. Além do PM atingido por coronhadas na cabeça, outro policial foi ferido por estilhaços de projétil calibre 12. Ambos foram atendidos e, liberados, passam bem.

A quadrilha era formada por oito pessoas, dividas em dois carros, que inclusive já foram encontrados pela polícia. Um veículo modelo Corsa de cor branca e placas NNJ-7826 foi abandonado na BR-101, na altura do trevo que dá entrada para as praias de Muriú e Jacumã. O outro carro, um Celta branco de placas NNV-5889, foi encontrado na comunidade Araçá, em Extremoz, próximo a uma casa suspeita de ser ponto do bando.

Na casa, não havia ninguém. Apenas roupas espalhadas, uma televisão e um aparelho de DVD. A Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), já declarou que um dos carros utilizados, o Corsa, tem placas clonadas e outro pertence a uma locadora de veículos.

A Deicor foi responsável pela prisão de Franciélio de Assis Silva, de 24 anos, suspeito de ter participado da ação em São Miguel do Gostoso. A participação dele no crime pode ser comprovado pois foi encontrada em sua posse o carregador da arma roubada do policial em São Miguel.

A outra pessoa detida é Shênia da Silva Costa, de 25 anos, uma das namoradas do chefe da quadrilha, um homem conhecido por “Senhor”, com quem tem um filho de um ano de idade.

Segundo a delegada Sheila Freitas, titular da Deicor, a mulher estava em um posto de gasolina em Extremoz para auxiliar a fuga de “Senhor”. “A Shenia foi pega no posto com um táxi após receber a ligação do seu companheiro, pedindo para ser alcançado em Extremoz, já que havia abandonado o carro e não possuía outro meio de fuga. Ela será indiciada como participante da quadrilha”, conta a delegada, lembrando que a mulher estava com o filho de um ano quando foi tentar resgatar o companheiro.

Sheila ainda disse que a mulher havia saído cadeia há uma semana e já possuía antecedentes. “Ela já é conhecida. Responde por tráfico e assalto. Será autuada por formação de quadrilha”. Os dois suspeitos detido foram encaminhados a unidades prisionais na capital, onde aguardarão decisões e encaminhamentos sobre a investigação.

Para o tenente-coronel Moreira, a intenção da quadrilha ia além de atacar o destacamento. “Eles pretendiam imobilizar os policiais para depois agir com tranqüilidade contra os caixas eletrônicos da cidade”, afirma. Em São Miguel existem agências do Banco do Brasil e do Bradesco.

As diligências da Deicor permanecem acontecendo na tentativa de encontrar “Senhor” e os comparsas, um deles conhecido como “Pirata”.

Chefe da quadrilha foi libertado no ano passado

A história de Alexsandro Freitas de Souza, o Senhor, surpreende pelo o que o jovem representa para o tráfico de drogas em contraste com a sua pouca idade. Em novembro de 2008, ele foi preso na Operação Lord, batizada em sua “homenagem” (lord é senhor em inglês). Na época, possuía 18 anos e já era considerado o chefe do comércio de entorpecentes na zona Norte.

 Ele foi libertado do Presídio Federal de Mossoró em abril do ano passado ao ter a sua prisão preventiva expirada. Sem sentença, o bandido se viu livre para recuperar o tempo perdido e voltar a atuar. A polícia dá a sua participação como certa na ação em São Miguel.

Fonte: Tribuna do Norte

Um comentário:

  1. a responsabilidade pela prisão dos dois elementos foi na verdade da pm (GTO, CHOQUE) que desde o primeiro momento se colocaram em perseguição dos meliantes logrando êxito na prisão de dois.

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