quarta-feira, 8 de junho de 2011

Delegado aponta prejuízo em investigação da morte de agente de trânsito devido à greve da polícia

Marco Carvalho - repórter

Sem agentes e escrivães à disposição, o delegado Roberto Andrade, da Delegacia Especializada de Homicídios (Dehom), mostrou-se prejudicado e justificou o andamento do inquérito da morte do agente de trânsito Kleidnes Varela do Nascimento. "Está tudo ainda na fase inicial. Preciso de agentes para diligências, mas não tenho. Fica complicado assim", declarou.

Segundo o delegado, o trabalho realizado por ele isoladamente não dá resultados concretos e a investigação não avança. "Espero que a população entenda, mas tenho que esperar que a greve se resolva para poder dar prosseguimento ao meu trabalho", afirmou.


À reportagem, na tarde desta quarta-feira, 8, Roberto disse não ter descartado ainda nenhuma linha de investigação. "Estamos tratando tudo da mesma forma, nenhuma linha foi descartada", esclareceu quando indagado sobre as possibilidades de motivação para o homicídio, crime passional ou queima de arquivo.

O agente de trânsito do município de Parnamirim foi assassinado no dia 27 de maio, em Nova Parnamirim. Ele estava recebendo constantes ligações de números confidenciais em seu celular nos últimos dias, segundo afirmou a esposa da vítima, que preferiu não se identificar. Kleidnes do Nascimento foi morto no cruzamento das avenidas Abel Cabral e Deodato José dos Reis, enquanto trabalhava. Segundo informações da PM, três homens chegaram em um veículo tipo Celta de cor prata e um deles desceu do carro e desferiu quatro tiros de pistola em  direção a Kleidnes. Três tiros acertaram a cabeça do agente, enquanto o tórax foi atingido pelo outro

Greve continua

Os serviços da Polícia Civil estão paralisados desde o dia 17 de maio passado. Ontem, o Governo do Estado, através do Procurador-geral Miguel Josino, declarou que entrará na Justiça pedindo a ilegalidade da greve. "A partir do ajuizamento da ação civil pública vamos apurar as faltas e cortar o ponto dos servidores grevistas", anunciou Josino na tarde da terça-feira, 7.

O vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Djair Oliveira, disse à reportagem na tarde desta quarta-feira que o movimento não irá parar de acontecer. "Estamos acampado neste momento em frente à governadoria e amanhã [quinta-feira] estaremos aqui  a partir das 8h em assembléia permanente", afirmou.

Para Djair, a decisão do Governo não é a melhor forma de resolver o problema. "Ainda não fomos notificados oficialmente, mas acreditamos que isso não trará a resolução das reivindicações. Não houve proposta concreta para a questão do cumprimento da lei complementar 417 e também a questão da nomeação dos concursados", argumentou.

O vice-presidente informou ainda que, no momento em que for notificado, recorrerá da decisão. "A greve é um direito legítimo e iremos permanecer lutando por isso", encerrou.

Fonte: Tribuna do Norte

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