sábado, 30 de junho de 2012

Homicídio: oficial da PM é afastado para investigação


O major da Polícia Militar, André Luíz Fernandes da Fonseca, será investigado após o surgimento de denúncias que o apontaram como autor de um homicídio praticado na zona Norte de Natal, durante a madrugada da quinta-feira passada. O Comando-geral da PM o afastou da 1ª Companhia Independente, em Macau, enquanto ocorrem as investigações. Procedimentos já foram instaurados na Corregedoria e o comandante-geral da PM, coronel Francisco Araújo, solicitou que as denúncias fossem também apuradas pela Corregedoria-geral da Secretaria de Segurança e pelo MPE.

Adriano Abreu
Major Fernandes rebateu as acusações e disse que estava trabalhando em Macau na hora do crime
Major Fernandes rebateu as acusações e disse que estava trabalhando em Macau na hora do crime

O ex-presidiário Leonardo de Souza, 25 anos, foi executado com disparos de espingarda calibre 12 dentro da sua residência, no bairro de Nossa Senhora da Apresentação. O homem, que já cumpriu cerca de dois anos de prisão em virtude de condenação por tráfico de drogas, vinha relatando ameaças e ataques sofridos. Leonardo havia sofrido dois atentados, oportunidade nas quais foram mortos o seu cunhado e uma amiga. Mostrando marcas de tiros pelo corpo, a vítima fatal havia concedido anteriormente entrevista ao programa Patrulha Policial, da TV Ponta Negra, e disse estar sendo perseguido por policiais.

Após o homicídio da quinta-feira passada, a mulher da vítima, testemunha do crime, voltou a reafirmar as denúncias contra policiais. Ao Patrulha Policial, a mulher relatou que homens encapuzados com fardas da Polícia Militar invadiram a casa onde o casal morava durante a madrugada dizendo que estavam apurando denúncias de que ali ocorria tráfico de drogas. "Entraram dizendo que estávamos traficando drogas ali. Pediram para eu trocar de roupa e quando voltei, pediram para eu me afastar. Depois, dispararam duas vezes contra o meu marido, acertando ele na barriga", disse.

Leonardo morreu no local. A mulher denunciou os supostos autores do crime: "Foi o major Fernandes e o outros não deu para ver porque estavam encapuzados. Achava que isso não ia acontecer porque pensava que não sabiam onde a gente moravam, mas eles descobriram. Foi na minha frente. Quero Justiça. O meu marido não fazia nada de errado", afirmou a mulher. O coronel Araújo concedeu entrevista à TN durante a manhã de ontem e esclareceu o posicionamento da Corporação. De acordo com o comandante, o major já foi ouvido em termos de declaração e apresentou documentos de testemunhas que confirmam que o oficial sequer estava em Natal no momento do crime. O coronel reforçou o pedido realizado ao MP, como fiscalizador da atividade policial, para que investigasse o caso. De acordo com informações do comandante, o major se apresentará à Corregedoria da Secretaria de Segurança.

Major pedirá habeas corpus preventivo

Há 19 anos na Polícia Militar, o major Fernandes rebateu as acusações da mulher da vítima, as quais considerou infundadas. "Quem fala por mim são quase três mil testemunhas. Estive em convenções e coordenando a segurança em festejos na região de Macau na hora do crime. Não poderia estar em Natal na hora do crime", disse à TRIBUNA DO NORTE ontem à tarde. O seu advogado, Augusto Saraiva, disse que entrará com pedido de habeas corpus preventivo. "A mulher será ouvida pelo Ministério Público na próxima semana e estamos nos precavendo caso o MP queira pedir a prisão do major baseado no que ela disser", informou Saraiva.

O advogado contestou as informações apresentadas pela imprensa e disse estar acontecendo um pré-julgamento dos fatos. "O que foi apresentado não é verdade. Não houve investigação para que as pessoas saiam falando que isso ocorreu ou não. Já há um prejuízo muito grande ao meu cliente pelas informações veiculadas", afirmou.

O major Fernandes atribuiu as acusações ao trabalho realizado de combate ao tráfico de drogas. "Dois irmãos do Leonardo foram presos por mim em Ceará-Mirim. Nunca tive nenhum problema com ele e, inclusive, não o vejo desde 2008". O oficial comandou o policiamento em Ceará-Mirim, antes de ser transferido para Macau. "Não tenho nada a esconder. A decisão de me afastar ocorreu para preservar a instituição da PM. Mas estou à disposição para qualquer esclarecimento necessário", declarou o oficial.

DO BLOG GTO ASSÚ: Os Policiais Militares do 10º BPM se solidariza com o Major Fernandes, somos testemunhas da sua honestidade e honradez com o serviço policial. Não podemos permitir que nenhum nome de Policial Militar seja jogado na lama por acusações de um traficante, que se dizia “ameaçado” pela Polícia sem apresenatar provas nenhuma. Sorte e força ao Comandante da CIPM de Macau, tudo será esclarecido e os acusadores terão que arcar com as consequências.

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