sexta-feira, 9 de agosto de 2013

VEJAM COMO É NO BRASIL: BANDIDA MENOR DE IDADE QUE CONFESSOU MORTE DE AGENTE PENITENCIÁRIO PODE SER POSTA EM LIBERDADE POR FALTA DE VAGAS NOS CIADS

Carro do Sistema Penitenciário ficou crivado de balas (Foto: Larisse Souza/G1)Carro do Sistema Penitenciário ficou
crivado de balas (Foto: Larisse Souza/G1)
A polícia ainda tenta achar uma vaga no sistema socioeducativo do Rio Grande do Norte para internar a adolescente de 16 anos apreendida nesta quarta-feira (8) suspeita de participar da ação que culminou na morte do agente penitenciário Maxwell André Marcelino, de 44 anos nesta quinta-feira (8). A garota confessou o crime e disse que é namorada do preso Wilson Rodrigues de Medeiros Filho, que era escoltado pelo agente para uma consulta médica.
Segundo o delegado de plantão da Delegacia da Zona Sul de Natal, Pedro Paulo Falcão, a menina foi encaminhada a um Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Infrator (Ciad) na manhã desta quinta-feira (9). “Ela foi levada para o Ciad Padre João Maria, mas não foi recebida por falta de vaga. A delegada que está assumindo o plantão está procurando um novo lugar, estamos em contato com a justiça para encontramos uma vaga”, revelou.
O delegado ainda falou que as investigações apontaram que o agente e seu companheiro atiraram contra o carro que interceptou o veículo penitenciário no Centro de Parnamirim. “Eles estavam armados com revólver calibre 38 e espingarda .12 e ainda revidaram. Houve tiroteio. Ela ficou ferida de raspão por uma bala calibre 38”, revelou. A polícia procura pelos outros três suspeitos de participação no caso.
O delegado afirma que a menina confessou participação e disse que é namorada do preso que seria resgatado. “Ela estava com outras três pessoas no carro, mas disse que não conhecia essas pessoas”, afirma o delegado. Em depoimento, a garota ainda teria confessado outros crimes. “Ela disse que já havia praticado assaltos, inclusive a posto de combustíveis”, contou.
Será liberada
Em entrevista ao Bom Dia RN desta sexta, o juiz José Dantas, da Infância de Juventude, afirmou que a menina pode voltar às ruas. “Vai acontecer o mesmo caminho que acontece com os outros adolescentes que praticaram atos infracionais graves. A polícia fez a apreensão, o Ministério Público representa, o juiz aplica a medida. E como não tem para onde mandar, acaba liberando”, disse. “A privação de liberdade seria a medida mais adequada”, afirmou.
Entenda o caso

O agente penitenciário morto em tiroteio com uma quadrilha na manhã desta quinta-feira (8) em Parnamirim, Maxuell André Marcelino, de 44 anos, trabalhava do Presídio Estadual de Parnamirim (PEP). De acordo com a direção da unidade, ele tinha 11 anos de serviços prestados.
Agente penitenciário Maxuel André Marcelino morreu ao ser atingido pelos disparos (Foto: Marcelo Pep)Agente penitenciário
Maxuel André Marcelino
(Foto: Marcelo Pep)
O preso que estava no carro do sistema penitenciário no momento da tentativa do resgate é Wilson Rodrigues de Medeiros Filho, mais conhecido como 'Folha'. Ele está custodiado no PEP. Ao G1, o advogado Marcus Alânio Martis Vaz, que cuida da defesa do preso, afirmou que Wilson foi absolvido pela acusação de um duplo homicídio em 2012, mas foi condenado por outro assassinato. Segundo a direção do presídio, o custodiado tinha sido levado para uma consulta médica.

A polícia relatou que três homens e uma mulher abordaram os agentes no meio da principal avenida do Centro de Parnamirim. "Eles atiraram e fugiram em direção à BR-101", afirmou o tenente Carlos Farias, do 3º Batalhão da Polícia Militar. “Eles fugiram em um Palio de cor branca”, acrescentou.
Maxuell André Marcelino ainda foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos e morreu durante o socorro médico.

Em nota, a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania (Sejuc), por meio da Coordenadoria de Administração Penitenciária (Coape) lamentou a morte do agente. "A Sejuc e a Coape consternadas pela morte prematura do colega, se solidarizam com seus familiares neste momento tão difícil. Maxuel André desempenhava suas funções na Penitenciária Estadual de Parnamirim e prestou um excelente trabalho ao Sistema Penitenciário do Estado", diz a nota da secretaria.

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