Marco Carvalho - repórter
O estado de saúde do soldado PM Bruno Smith é considerado gravíssimo, segundo o boletim médico emitido no final da manhã de ontem pelo Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG). O soldado foi submetido a outra cirurgia em função de uma lesão no cérebro. Ele foi transferido de Caicó para Natal após sofrer graves lesões nas veias safena e femural.
Bruno foi baleado na manhã da última quinta-feira durante uma operação policial no município de Jucurutu, a 262 quilômetros da capital. Trazido de avião a Natal, ele permanece internado na Unidade de Tratamento Intensivo e deve ser levado dentro de três dias para o hospital da Polícia Militar, na avenida Prudente de Morais.
A nota do HMWG esclarece o estado de saúde do policial: “Após nova tomografia, foi detectada lesão isquêmica cerebral e hidrocefalia. Às 10h de hoje [ontem], o paciente foi submetido a um novo procedimento cirúrgico para o implante de uma válvula (DVE). O objetivo do procedimento é diminuir a pressão intracerebral, devido à grande quantidade de líquido naquela região”.
No final da manhã de ontem, a reportagem da TRIBUNA DO NORTE conversou com a prima da vítima, Amanda Smith. Apreensiva por notícias do parente, Amanda ainda não sabia do que se tratava a cirurgia que o primo acabara de ser submetido.
Natural de Caicó, Smith foi um dos policiais homenageados pela corporação no ano passado após participar da prisão de João Francisco dos Santos, o Dão, assassino confesso do jornalista F. Gomes.
A inteligência da PM estava monitorando um bando que pretendia praticar um assalto a uma casa lotérica em Jucurutu. O bando, composto por cinco homens, estava dividido em dois carros roubados, sendo um modelo Chevrolet Celta de cor preta (MYK-7295/Currais Novos) e um Volkswagen Pólo branco (MYJ-5147/Mossoró). Quando estavam em frente a uma quitanda que fica bem próximo ao suposto alvo do assalto, os bandidos foram abordados e deram início ao confronto.
O ex-presidiário José Jordão Monteiro, que estava dentro da quitanda para dar cobertura ao assalto, deixou o estabelecimento e tentou fugir dos policiais. Ele acabou sendo baleado quando se dirigia ao rio Piranhas, falecendo antes de receber socorro médico.
O cabo Janilson César foi atingido nas costas, mas estava com colete à prova de balas e nada sofreu. Já Smith recebeu um tiro no braço e outro na virilha. Dos bandidos que participaram do crime, dois foram presos. José Alves Bezerra Neto, 35 anos, e José Pinheiro Bezerra, 38, foram detidos em Florânia, onde havia uma blitz. Os dois foram levados até Caicó, e interrogados, onde estão detidos. Os outros dois componentes da quadrilha fugiram pelo rio Piranhas e a polícia ainda não conseguiu encontrá-los.
PM nega problemas de comunicação
O comandante do destacamento da Polícia Militar em Jucurutu, capitão Adervan Bezerra, tratou de esclarecer o caso em que o soldado terminou baleado. Ele rebateu as informações de que não teria existido comunicação das equipes de inteligência com o efetivo da cidade. “Eles entraram em contato todo o tempo e avisaram da ação para contar com o nosso apoio. Eles solicitaram que abordássemos o carro Celta de cor preta. Mas fomos recebidos à bala”, contou.
As equipes de inteligência a que se refere o capitão é o P-2 do 6º Batalhão da PM em Caicó. O comandante do 6º BPM, tenente coronel Cipriano de Almeida, reforçou o que o capitão Adervan havia dito. “Em todos os passos da operação contatamos o destacamento”, afirmou.
Segundo o tenente coronel, a investigação para a prisão da quadrilha havia começado uma semana antes do carnaval. “Contamos com o apoio da Polícia Civil, que fez o grampo telefônico. Assim, soubemos que eles estariam em Jucurutu naquele dia”. O comandante geral da PM, coronel Araújo, complementou a versão. “Não acredito que em uma ação como essa, eles não tenham se comunicado com o pessoal da cidade. Isso não existiu”.
Fonte: Tribuna do Norte
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