sexta-feira, 27 de julho de 2012

SÃO PAULO: “Não viemos para ser execrados”, diz PM cadeirante durante audiência no Ministério Público Federal

Um grupo de policiais militares em cadeiras de rodas participou ontem da audiência pública do Ministério Público Federal para defender a corporação –na audiência, o procurador Matheus Baraldi anunciou que fará um pedido para que o comando da Polícia Militar paulista seja trocado.
Antes do início do evento, os cadeirantes ficaram na entrada do prédio, perfilados. Na audiência, ocuparam o espaço atrás da mesa. A mensagem levada pelo grupo é que os PMs sacrificam a própria vida para defender a sociedade.
“Perdemos nossa integridade defendendo esse povo que hoje está nos vaiando. Palhaçada. Direitos Humanos? Que direitos humanos? Eles nunca foram nos visitar em casa”, disse o sargento Elcio Inocente, presidente da Associação dos Policiais Militares Portadores de Deficiência.
“Não viemos aqui para ser execrados, não. Nós temos que defender nossa dignidade. Não é só essa ralé vir aqui e ficar vaiando policial militar. Chega disso. Nós somos bons. Não somos idiotas”, disse.
Irritado, ele deixou o auditório porque o público vaiava os representantes de policiais que discursavam em defesa da classe.
“O policial que for assassino, que seja preso. Por isso temos nosso presídio lotado de policiais.”
TROCA
“Hoje, os oficiais perderam o controle dos praças. A tropa não está mais sob controle”, disse o procurador Matheus Baraldi durante a audiência pública sobre violência policial realizada no auditório do MPF (Ministério Público Federal).
O procurador afirmou que vai esperar por três dias um posicionamento do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Caso o governo não troque o comando da PM, o procurador diz que entrará com uma ação civil pública na Justiça Federal, pedindo que ela determine a substituição.
Ontem, o governador criticou o pedido do Ministério Público Federal e a ameaça de ir à Justiça.
“É uma medida totalmente descabida. Acho que o Ministério Público Federal deveria investigar, primeiro, o tráfico de drogas. Produzimos laranja, cana, café, soja, milho. Não produzimos cocaína”, disse.

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