domingo, 24 de março de 2013

APÓS POLÊMICA, "CAVEIRA" É RETIRADA DA FARDA DO BOPE DA PARAÍBA


O Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar da Paraíba (Bope) está proibido de usar, em sua farda, o símbolo do punhal encravado numa caveira. A determinação foi publicada no boletim interno da PM que circula nesta sexta-feira (22), mas os integrantes do Bope já retiraram o emblema de suas fardas nesta quinta.

O uso da caveira como símbolo do Bope gerou protestos do Conselho Estadual de Direitos Humanos e um discurso áspero do deputado Luiz Couto (PT), na tribuna da Câmara Federal. A polêmica ficou ainda mais acirrada depois da quinta-feira passada (14), quando, durante a comemoração do primeiro ano de aniversario do Batalhão Especial da Polícia Militar da Paraíba, o comandante geral da PM, coronel Euller Chaves, vestiu o uniforme preto com o símbolo.

Durante a solenidade foi hasteada uma bandeira preta, ostentando o desenho do punhal cravado na caveira, juntamente com a bandeira nacional e a bandeira do Estado da Paraíba. A solenidade ocorreu em frente ao comando geral da PM, na praça Pedro Américo, centro de João Pessoa.

Em carta pública, o comandante do Bope, major Jerônimo Pereira da Silva Bisneto, defende o uso do símbolo. “O Estado Democrático de Direito deve ser preservado e aplicado a todos dentro do território nacional e, isso implica que também nós, policiais militares e policiais do BOPE, devamos ter nossos direitos preservados, direitos a pensar, a seguir convicções filosóficas e continuar acreditando que a ‘faca na caveira’ significa a vitória da vida sobre a morte, com sabedoria, poder, força e invencibilidade frente à criminalidade”, argumenta.

O deputado Luiz Couto (PT) havia ocupado a tribuna da Câmara Federal, na segunda-feira (18), para denunciar que o comandante da Polícia Militar da Paraíba, coronel Euller Chaves, estaria desobedecendo determinação do governador Ricardo Coutinho.

Na opinião do deputado, o coronel queria implantar o símbolo da caveira na instituição.

Couto disse que apesar do governador já ter se pronunciado, por mais de uma vez, que não aceitaria o uso desse emblema na polícia, há, segundo ele, registros de que o coronel Euller utilizou o símbolo durante uma solenidade, em que estava vestido de preto, e ainda gritou o nome ‘caveira’ com o microfone na mão em plena praça diante do público. “Isso precisa ser analisado com mais profundidade”, defendeu o parlamentar.

Luiz Couto destacou que as entidades defensoras dos direitos humanos na Paraíba manifestaram, em documentos entregues ao comandante geral e ao governador Ricardo Coutinho, o repúdio aos crimes de apologia e defenderam o cumprimento da Resolução Ministerial nº 8, de 20 de dezembro de 2012, art. 2°, inciso XVII.

Couto pediu que as autoridades da Paraíba analisassem os documentos e que cumprissem “as determinações das resoluções ministeriais na forma de acolhimento ao clamor público”.

O deputado federal considerou que os policiais que “aderissem à essas atrocidades, que sejam punidos conforme a lei”, completou.

Para os integrantes do Conselho Estadual de Direitos Humanos, é motivo de preocupação não apenas o uso de caveira como símbolo, mas também de figuras “de animais raivosos, jargões em músicas ou jingles de treinamento que fazem apologia ao crime e à violência, com a escusa de que os policiais se sentem mais estimulados para o trabalho”.

Eles protocolaram junto ao quartel do comando geral da PM da Paraíba a resolução ministerial nº 08, de 21 de dezembro de 2012, que orienta as Polícias a não utilizarem tais símbolos. “Entendemos que esta permissividade contraria princípios constitucionais, tratados de direitos humanos e a Resolução Ministerial acima mencionada, afrontando o Estado Democrático de Direito. É sabido que a violência impregnada nesses símbolos e práticas desumaniza os trabalhadores da Segurança Pública que acabam manifestando o ódio e a raiva apreendidos no tratamento dispensado à população jovem, negra e mais pobre do Estado, além de contrariar a política de segurança em voga pela Secretaria de Segurança Pública do Estado da Paraíba e do Governo do Estado da Paraíba”, enfatizaram os integrantes dos Direitos Humanos.

O major Bisneto, comandante do Bope, rechaça a ideia de que a caveira e o punhal remetam à apologia ao crime. “Em nosso escudo nada há de apologia ao crime e a violência, pois esta última manifesta-se de várias maneiras: em guerras, conflitos religiosos, étnicos, preconceito, discriminação, fome, miséria, contra a mulher ou contra a criança”, defende-se na carta.

Fonte: Soldado Gláucia

DO BLOG: Enquanto uma instituição centenária como as Polícias Militares forem "subordinadas" e por hipócritas e demagogos como esses da Paraíba, estaremos sujeitos a ficarmos desmoralizados perante a sociedade. É justamente através desses tipos de interferências externas, que os Militares ficam cada vez mais desestimulados em trabalhar em prol de uma segurança pública de qualidade. É vergonhoso assistir uma situação dessas.

4 comentários:

  1. sou negro,sou pobre e o preconceito não esta na policia militar e sim em politicos corruptos que só enchergam a gloriosa quando estão a mercê da bandidagem ou quando se sentem ameaçados,eu simplesmente não vejo nada de preconceito com pobre ou de cor,acho que isso é apenas uma desculpa desse Deputado safado e falta de argumento,é uma maria vai com as outras....

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  2. não adianta esses políticos quererem esconder a falência dos estados brasileiros,perseguindo as policias,porquê todos os políticos são responsáveis pela decadência da segurança publica no brasil.e para tirarem suas culpas, incentivam a população a repudiarem as policias,conversando baboseiras sem nem um proposito.

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  3. Esse tipo de atitude dos direitos humanos só atrapalha os verdade policias que vibra com o uniforme que usam. as pessoas tem que sabe o que é ter amor pela o que faz.

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  4. Essa eh a grande cartada dos " direitos humanos" não chocar o coitadinho do vagabundo, e que logo não haja polícia para prendê-lo. Pois eh desumano prender esse tipo de gente por motivos tão fúteis como latrocínio, estupro, sequestro, assassinato e etc. e quando assaltam e cometem torturas com as vítimas, só respondem pelo assalto. Por que? E demais pra eles? Já a polícia quando prende e na prisão do elemento causa um leve arranhão, eh tortura e não falta quem queira condenar os policiais. "isto eh uma vergonha"!!!

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