segunda-feira, 11 de março de 2013

Preparando o tiro


Felipe Gurgel - Repórter

Macaíba vai se tornar o ponto de encontro de todos os atiradores profissionais do Rio Grande do Norte no próximo final de semana. É que na Associação dos Agentes da Polícia Federal vai acontecer a primeira etapa do campeonato estadual 2013 na categoria tiro prático, mais conhecida como IPSC (International Practical Shooting Confederation). Mesmo sendo realizado por integrantes da polícia e sendo uma competição potiguar, o agente classe especial, Fernando Araújo, revela que a disputa é aberta a todos os associados a algum clube do tiro do Rio Grande do Norte e também de outros estados vizinhos.

Para ser bom atirador é preciso ter velocidade e técnica para acertar todos os alvos no menor espaço de tempo. As pistas são os principais adversários na luta pelo título

"Não teremos apenas agentes da polícia federal. Nos clubes de tiros do Rio Grande do Norte, temos médicos, advogados, empresários, pessoas dos mais diversos segmentos da sociedade que gostam de praticar o tiro esportivo e também de participar dessas competições. Estamos esperando entre 80 e 100 competidores, que, além de Natal, vão vir de Mossoró, Caicó, Assú, Santa Cruz e de outros estados, como Paraíba, Ceará e Pernambuco. Essa etapa vai ser bastante acirrada. Como temos seis clubes de tiros registrados, teremos seis etapas durante todo o ano", prevê Araújo.

A competição vai acontecer em duas categorias: Revólver (masculino e feminino) e Pistola, que, além de ser para homens e mulheres, é dividida também e três modalidades: Production, que o competidor não pode modificar a arma, a Standard, quando o competidor pode modificar sua arma e a Open, aberta para todos os participantes do campeonato.  "Teremos sete pistas no espaço reservado ao campeonato e cada uma diferente da outra. Pensamos em organizar uma disputa para que todos os participantes possam demonstrar suas habilidades. Não podemos ter só pistas rápidas, porque  tem competidores que são mais técnicos e não tão rápidos. O ideal é ser preciso e rápido e é isso que vamos ter nessa competição", afirma Fernando Araújo.

No sábado, a competição vai ser dedica apenas aos árbitros, já que no domingo, eles vão ser os responsáveis por divulgar a pontuação de cada participante e, por isso, não vão poder competir. Além dos homens, mulheres também estão liberadas para participar da competição. O número é menor do que o dos homens, mas, está crescendo a cada dia. "No Nordeste, de uma forma geral, as mulheres ainda estão em um número muito menor que os homens, mas, estão começando a se interessar pela prática do tiro. No Sul, é impressionante a quantidade de mulheres que participam das competições. E, crianças também. Como se trata de um esporte, todo mundo pode praticar", revela o agente da classe especial.

As provas vão ser disputadas em duas categorias: revólver e pistola, tanto no masculino e no feminino

Um dos participantes do campeonato vai ser Leonardo Lacerda. Agente da Polícia Federal, ele explica que o tiro prático, assim como outras modalidades esportivas, vem evoluindo ao longo dos tempos e cada vez mais, a parte física é fundamental para a sua prática.

"Antigamente, o esporte era um estilo mais clássico e hoje é mais dinâmico. O tiro foi evoluindo com o passar do tempo e as pistas de competições também. Antes, era só atirar nos alvos. Agora, com todas as dificuldades, os competidores precisam desenvolver suas estratégias para cada pista, cada competição", afirma Lacerda.

Segurança é fundamental para a realização da disputa

Por se tratar de uma competição que envolve armas de fogo, a segurança, nessas disputas, é dobrada, para evitar acidentes envolvendo os participantes, como também as pessoas que estão apenas olhando a disputa ou torcendo pelos seus preferidos. Para começar, de acordo com Fernando Araújo, existe um espaço próprio para manusear as armas, para evitar disparos acidentais. Todo competidor, por obrigação, deve passar por essa espécie de sala, para preparar sua arma, seja pistola ou revólver. Em seguida, eles devem colocar suas armas no coldre, assim como os carregadores de munição.

Todos esses passos são analisados de perto pelos árbitros da competição e qualquer deslize ou não cumprimento de algumas dessas regras de segurança, podem gerar de penalidades na pontuação geral do competido a eliminação na disputa.
"A segurança, nessas competições, estão, sempre, em primeiro lugar. Não podemos dar espaço para deslizes, já que estamos lidando com armas de fogo", afirma Araújo.

Os próprios competidores são obrigados a usar alguns utensílios para sua segurança. Óculos e abafador auditivo são essenciais para a disputa. "Mesmo que os participantes fiquem a uma distância segura dos alvos (cerca de sete metros), às vezes sobra algum estilhaço de cápsula ou do próprio alvo. Então, os óculos servem para proteger os competidores", revela o agente da classe especial.

Cada pista é colocada em uma área diferente do espaço, justamente para impedir que aconteçam problemas na execução das provas. Apenas os competidores podem ficar presentes nos espaços determinados para as provas. Quando a disputa termina, os atiradores precisam desarmar a pistola, retirar o cartucho e mostrar aos juízes que a arma está limpa e não oferece perigo aos presentes na competição.

Os interessados em participar do campeonato de tiro prático deve ser filiado a algum clube de tiro do Rio Grande do Norte. As inscrições podem ser feitas no dia da competição. Homem tem que pagar uma taxa de R$ 70 e mulher não paga.

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