Por Glaucia Paiva
O dia foi de expectativa para os policiais militares do RN. Tudo começou quando o Governador do Estado, Robinson Faria, anunciou em uma entrevista a uma emissora local que haveria mudanças na cúpula da Segurança Pública do Estado.
Oficiais, delegados e autoridades da Segurança Pública do Estado foram convocados para uma reunião às portas fechadas com o Governador. Foram mais de três horas de reunião, onde o Governador anunciou a saída unicamente do Comandante Geral da Polícia Militar do RN, Coronel Ângelo, como forma de solucionar o problema da insegurança do Estado.
Já afirmam alguns que a troca de sujeitos em cargos de comando é atitude estratégica a medida que transfere-se uma responsabilidade de tudo que aconteceu para quem está saindo. A culpa da insegurança, no caso, já não seria da gestão do Governo, mas do Comando que não teria respondido a altura das expectativas.
Na fala do Governador, não basta ser honesto e de boa vontade. De fato, pode o Comandante ter toda a boa vontade do mundo, mas se não houver investimentos a “Insegurança Pública” continuará.
Incrivelmente as mudanças que seriam anunciadas pelo Governador na tentativa de amenizar o caos da Segurança Pública que ele mesmo criou, restringiu-se ao Comando da PM. Ainda não há a confirmação do nome do novo Comandante Geral. Apenas cogita-se na “Rádio Praça” que o Coronel PM Dancleiton, atual Subcomandante da PM, assumiria a função.
Com todo respeito ao Coronel Dancleiton e a qualquer outro que assumir o cargo de Comandante Geral da PM, nada irá mudar se não houver investimentos, valorização e efetivo. Hoje, a zona Norte da cidade conta com três viaturas para patrulhar uma infinidade de bairros. Viaturas no 5° BPM estão baixadas por falta de efetivo. Nos primeiros 15 dias do mês de janeiro, a PM já havia perdido 21 policiais militares por transferências para a reserva ou por licenciamento a pedido.
A mudança de um simples personagem não trará a segurança esperada pela população. A Polícia Militar hoje já faz o impossível. Policiais empurram viaturas para continuar um trabalho e tentar proporcionar uma maior segurança à população que há tempos sente na pele o medo de andar nas ruas.
A culpa pela insegurança talvez seja da PM a medida que passa por cima de princípios básicos de segurança pessoal e vai atender um chamado de um cidadão. Quando mesmo sem estrutura, o policial vai a uma ocorrência de assalto a agências dos correios ou de um banco. Talvez seja culpa da PM a insegurança do Estado, quando a cada dia o efetivo vem diminuindo e os poucos que restam às ruas cumprem o juramento que fez ao ingressar na instituição: servir e proteger mesmo com o risco da própria vida.
Ao novo Comandante Geral, boa sorte, pois a luta é verdadeiramente árdua.
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